A educação atualmente oferecida às massas deste país é, ainda, predominantemente homogeneizante. Segundo (ALVAREZ-URIA & VARELA, 1992), trata-se de uma educação que teme encarar o diferente, buscando, através de um currículo imposto “dar oportunidades iguais a todos”, tais “oportunidades iguais” são ofertadas em ambientes padronizados, onde a individualidade própria do ser humano é desconsiderada, onde o aluno passa a ser o n° “tal”, da sala “tal”, ou seja, perde a sua condição humana, se transformando em uma folha em branco a ser preenchida pelo mestre detentor do saber, em uma educação bancária, “antidialógica”, tão combatida pelo mestre Paulo Freire (2011).
Paramos no tempo?
Daniela Mendes Vieira da Silva
CEHC-SEEDUCRJ
contato@laboratoriosustentaveldematematica.com
A educação atualmente
oferecida às massas deste país é, ainda, predominantemente homogeneizante. Segundo (ALVAREZ-URIA & VARELA, 1992), trata-se
de uma educação que teme encarar o diferente, buscando, através de um currículo
imposto “dar oportunidades iguais a todos”, tais “oportunidades iguais” são
ofertadas em ambientes padronizados, onde a individualidade própria do ser
humano é desconsiderada, onde o aluno passa a ser o n° “tal”, da sala “tal”, ou
seja, perde a sua condição humana, se transformando em uma folha em branco a
ser preenchida pelo mestre detentor do saber, em uma educação bancária, “antidialógica”,
tão combatida pelo mestre Paulo Freire (2011). Completo este pensamento
afirmando que este status quo
pedagógico é uma herança da educação jesuítica, mecânica, presente em terras
brasileiras desde a educação forçada dos habitantes primitivos desta terra, que
tiveram sua cultura, língua e tradições desconsideradas e substituídas à força
pelo saber adequado ao invasor “descobridor”.
De acordo com os
apontamentos de CANDAU (2009) o ser humano é plural e em si mesmo possui um
mundo de possibilidades, portanto, cabe perguntar por qual motivo a escola segue firme na
direção oposta, quando, segundo Alvarez-Uria&Varela(1992) ela busca
homogeneizar os seus atores através de currículos impostos, sem a devida
contemplação da sua diversidade cultural, social, de ritmos de aprendizagem,
interesses, talentos e tantas outras particularidades que, se observadas,
enriqueceriam este ambiente, transformando-o de local de reprodução de saberes
para um palco de produção cultural fervilhante e intensa,
É necessário repensar esta instituição pois ela deve ser um espaço onde o educando seja protagonista e,
onde o professor passe à condição de orientador, em um ambiente onde todos
possam ensinar e todos possam aprender, transcendendo, inclusive, este espaço, e
com o auxílio das tecnologias tecer a grande rede de saberes defendida por Levy
(1999), se conectar com o que está acontecendo no mundo, contextualizar de fato
as habilidades e competências trabalhadas, romper a compartimentalização entre
as disciplinas e, sobretudo a hierarquização das mesmas.
Nesta ótica, a grande rede, os smartphones, as redes sociais, a cultura local, a impetuosidade dos jovens, passam de vilões à catalisadores do processo de ensino aprendizagem e a escola, de instituição descaracterizadora de individualidades a caldeirão cultural onde a excelência pode ser alcançada através de uma avaliação que Perrenoud (1999) constatou necessitar ser verdadeiramente formativa e que busque conhecer de fato as particularidades de cada aluno, suas necessidades e potencialidades, orientando assim a prática dos educadores, fornecendo subsídios para o atendimento individualizado a cada pessoa, não mais ao aluno nº tal da sala “tal”, mas um ser humano, com sua cultura, hábitos, particularidades, sonhos, e que merece, sobretudo, respeito.
Nesta ótica, a grande rede, os smartphones, as redes sociais, a cultura local, a impetuosidade dos jovens, passam de vilões à catalisadores do processo de ensino aprendizagem e a escola, de instituição descaracterizadora de individualidades a caldeirão cultural onde a excelência pode ser alcançada através de uma avaliação que Perrenoud (1999) constatou necessitar ser verdadeiramente formativa e que busque conhecer de fato as particularidades de cada aluno, suas necessidades e potencialidades, orientando assim a prática dos educadores, fornecendo subsídios para o atendimento individualizado a cada pessoa, não mais ao aluno nº tal da sala “tal”, mas um ser humano, com sua cultura, hábitos, particularidades, sonhos, e que merece, sobretudo, respeito.
Referências e Bibliografia consultada
ANDRÉ, M. (org). O papel da pesquisa
na formação e na prática dos professores. Campinas, SP: Papirus; 2001.
ALVAREZ-URIA, F. & VARELA, J. A
maquinaria escolar. Teoria & Educação. n. 6, p. 68-96; 1992.
MACEDO, E.
Currículo e conhecimento:
aproximações entre educação
e ensino. Cadernos
de Pesquisa (Fundação Carlos
Chagas. Impresso), v. 42, p. 716-737; 2012.
CANDAU, V. (org.) Didática: questões
contemporâneas. Rio de Janeiro: Forma & Ação; 2009.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São
Paulo: Paz e Terra; 2011.
LEVY. P. Cibercultura. São Paulo:
Editora 34; 1999.
OLIVEIRA, R.
P. De &
ARAUJO, G. C.
de. Da universalização do
ensino fundamental ao
desafio da qualidade: uma análise histórica. Educação & Sociedade,
Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p.
661-690; out. 2007.
PERRENOUD, P.
Avaliação: da excelência
à regulação das
aprendizagens: entre duas
lógicas. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul; 1999.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da
mente. São Paulo: Martins Fontes; 1988.
Fonte da imagem: Google Imagens
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