O presente artigo apresenta uma proposta inovadora para as aulas de matemática através da utilização da tecnologia. Nessa atividade, utilizamos o WhatsApp como ferramenta colaborativa (Figura 1) para que os alunos desenvolvam equações do 1º grau. No entanto, essa proposta pode ser explorada para diversos assuntos em matemática e em outras disciplinas.
Aplicamos esta iniciativa em diversas turmas de 8º e 9º anos na Prefeitura de Duque de Caxias, com o intuito de rever este conceito tão importante do itinerário acadêmico e que encontra muitos obstáculos epistemológicos nos discentes. Em todas as oportunidades verificamos que o engajamento dos alunos foi excelente e que geramos um ambiente colaborativo de aprendizado que foi centrado no aluno e não na figura do professor.
Ao desenvolvermos esta proposta, acreditamos que as práticas que integram uma aprendizagem colaborativa tem como objetivo à promoção e o desenvolvimento cognitivo por meio de interações sociais entre indivíduos com o objetivo da aprendizagem em comum (NITZKE et al, 1999).
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Figura 1 |
Metodologia
Solicitamos aos alunos que se organizem em equipes (TBL – Team Based Learning), limitamos em 5 alunos os componentes dos grupos para que todos possam colaborar no processo. Os grupos são orientados a resolverem uma equação do 1º grau e vão alternando na função de desenvolvedores ou revisores.
Para começar a atividade é necessário ter um grupo de WhatsApp da turma e o professor insere uma equação, realizando um sorteio para apontar o grupo desenvolvedor e o grupo revisor (Figura 02) . Na primeira função, o grupo pode colocar uma foto ou escrever a próxima linha do desenvolvimento e na segunda função verifica se a linha que os colegas colocaram está correta, se estiver colocam ok, caso contrário reescrevem a mesma.
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Figura 2 |
Essa dinâmica prossegue e o professor preenche o seu controle (tabela 01) para que possa acompanhar a participação dos grupos com relação as funções pré-estabelecidas. A mesma também pode ser utilizada para assegurar que todos os grupos participarão integralmente da atividade.
Grupos
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Desenvolvedor
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Revisor
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Pontuação
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Obs.
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1
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Ok
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2,0
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2
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ok
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Ok
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1,0
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3
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Ok
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1,0
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4
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Ok
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1,0
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5
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Ok
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1,0
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6
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Ok
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1,0
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7
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ok
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1,0
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A principal vantagem do que apresentamos é que os alunos durante a proposta são os únicos atores do processo, cabendo ao professor a função de moderador do grupo referente ao conceito em questão (figura 03).
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Figura 3 |
Cabe ao professor que estiver conduzindo determinar quantas rodadas serão necessárias em cada turma. É importante que todos os grupos tenham a oportunidade de desempenharem as duas funções (desenvolvedores e revisores) (Figura 04)
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Figura 4 |
Ainda como possibilidade, podemos sugerir que os desenvolvedores cometam pequenos erros de forma proposital para que o grupo de revisores possam agir ou solicitar que eles apontem qual o grupo eles desejam desafiar para continuar o desenvolvimento da equação ou outro assunto.
Dificuldades Encontradas
A falta de conexão para que eles pudessem desenvolver a atividade foi um obstáculo a ser superado. Adotamos a seguinte medida: Roteamos a nossa internet e orientamos que apenas os dois grupos envolvidos na rodada estivessem conectados para que tivessem maior fluidez na navegação.
Conclusões
Percebemos em todas as turmas uma grande colaboração entre os componentes do grupo. O fato de termos apenas o papel de moderador deu autonomia para que eles tivessem um melhor resultado global, aumentando o interesse ao longo do exercício. Também percebemos que ao usarmos a tecnologia tivemos a oportunidade de criamos um ambiente de investigação tão inerente ao processo de ensino-aprendizagem.
Nessa perspectiva, a tecnologia é utilizada como aliada e instrumento primordial para viabilizar, dentro do planejamento, algo dessa dimensão. A proposta pedagógica é possibilitar que os alunos passem a ser parte no processo de aprendizado, pois deixam a posição passiva de uma sala do ensino tradicional e começam a propor questões, contribuindo, assim, com a melhora dos resultados.
Nesse sentido, a nossa pesquisa vai ao encontro do que foi sugerido por Silva et al. (2015, p.1): “A transformação tecnológica não somente nos trouxe o aumento na capacidade de processamento dos computadores, mas também uma nova maneira de se pensar o processo de ensino/aprendizagem”.
Desta forma, percebemos ao longo do processo que os alunos participaram efetivamente da atividade e em cada rodada procuravam minimizar os erros e discorriam entre si gerando uma aprendizagem efetiva. O feedback recebido foi muito bom, os grupos mostraram muita união e comprometimento na resolução dos exercícios tentando resolver as questões sugeridas, mas sabemos que a mesma se deu ao tirarmos os alunos da inércia transformando-os em atores do seu próprio aprendizado.
Referências Bibliográficas
NITZKE, J. et al. Criação de ambientes de aprendizagem colaborativa. Trabalho apresentado durante o X SBIE, Curitiba, PR, nov. 1999.
SILVA, SA; SERRANO, M. T. B.; Velasque, Luciane de Souza; Cunha, MBAM ; Simões, BFT ; Dut-Ross S ; Melo FRR . Método ativo de aprendizagem de estatística: Uma experiência nos cursos da UNIRIO . In: Advances in statistics education: developments, experiences, and assessments, 2015, Rio de Janeiro. Electronic Devices in Teaching, 2015.
Este é um artigo convidado. Foi escrito e enviado por Rafael Costa, professor da SMERJ e UNISUAM e Leandro Nascimento, professor da SMEDC e da UNESA.